domingo, 13 de março de 2011
Cronikillan - A quantidade das coisas
Acordei pela manhã, mas ainda estava muito cansado. Embora fosse um dia feliz e poderia ficar mais feliz, a menos que eu não fizesse o que indicava na minha agenda. Estava aprendendo a viver e não apenas existir, aprendendo mais que isso, aprendendo a sonhar um pouco mais. Pouco mais também, era o tanto que eu pensava na vida, porém pensava menos do que o necessário. Naquele dia estava mais esperto e menos leigo, dominava os mesmos assuntos que dominei no dia anterior, mas era assim que me sentia. Quando olhei pela janela vi algumas aves, não passavam de dez, mas valiam por umas trinta por seus tamanho mais avantajado. Menos avantajado era o sol, havia e não havia, acho que eram as nuvens que tentavam o tapar. Estava bem despreocupado com isso, que para um dia mais feliz eu não precisava necessariamente do sol, e nem das nuvens. Do outro lado havia a porta do quarto, pouco velha e bem feia, mas quem fala de uma porta? Bem, era quando eu a atravessa que eu sabia quando seria meu dia, por isso ela é suficientemente importante aqui. Hoje ela estava entreaberta, eu nunca fui supersticioso, mas isso pra mim significava que o dia só seria bom se eu o fizesse ser bom, pois teria que abrir a porta por completo. Foi o que eu fiz, e quando eu menos esperava já estava me arrumando para sair para o novo dia de grande festa, grande não, talvez um boa festa. “festa” é como eu costumo chamar o meu serviço, não que lá as pessoas se arrumem demais ou pensem em se pegar, coisas do tipo, mas porque assim eu vou com mais ânimo e trabalho acaba sendo bem mais gratificante. Olhei pro meu texto, vi quantos “muito”, “pouco”, “mais” e “menos” eu usei pra escrever algo que seria facilmente compreendido sem esses termos. Mas eu sou um cara que gosto de quantificar as coisas. E o cara do texto não sou eu, mas um pouco dele se parece comigo, e eu sou mais ou menos assim. Um forte abraço. Fernando Lima
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